Relato de parto Camila Edo e João Gabriel

O começo da história foi em meados de 2009, vi que eu e o PH estávamos com
uma vida estabilizada e que já era hora de pensar realmente no futuro,
resumindo o relógio biológico tocou!!! Sonhava com bebês e partos com uma
certa frequência, entretanto tinha uma certa trava a respeito do parto,
ambos, não queria ser cortada, mas morria de medo da dor e da famosa
episiotomia, por isso comecei a pesquisar, pois todo mundo falava que o
parto normal era o melhor, mas eu queria saber se eu REALMENTE precisaria
passar pelo tal corte na vagina. Passava dias e mais dias pesquisando a
respeito e encontrei o site do GAMA e a lista maternas_sp. Tinha muita
vontade de ter um parto conforme aqueles que via no Discovery, na banheira
com presença do marido, esse era o meu ideal!!
Quando entrei na lista, me deparei com um problema que não sabia, não
poderia ter o parto dos meus sonhos se fosse com um ginecologista do plano
de saúde. E aí como falar com o marido que o negócio não é tão fácil quanto
imaginávamos?!! Mas, graças a Deus, eu ia adquirindo conhecimento o
suficiente para argumentar e provar por A + B, que não daria pra ser pelo
plano de saúde. Claro que ajudou e muito, o fato de ter 3 amigas na
lista(Isa Gonçalves, Rita Morais e a Fê Passos), que davam embasamento e
viraram exemplos para explicar como funcionava. Até que não foi difícil, o
PH se você tiver argumentos para convence-lo, ele não resiste a mudar de
opinião.
Depois de convencer o marido precisava encontrar um obstetra que me
identificasse, tinha 4 nomes para isso: um estava fora de
cogitação pelo $$, a dra. vendo algumas entrevistas com ela eu achei
ela meio titubeante e ainda tinha o agravante dela ainda não ter parido(sei
que muitas pessoas vão me achar louca de pensar isso dela, mas achei que ela
iria na hora P me passar insegurança, coisa que eu estava fugindo!!!), logo
restava a cc e a BB, marquei uma consulta com a BB e não é que
foi uma empatia imediata?!!! Achei ela firme, mas ao mesmo tempo atenciosa e
compreensiva, teve paciência de explicar todas as minhas dúvidas, bom, era
realmente o que eu precisava!!! Na consulta com ela, disse que prentedia
engravidar e que precisava fazer um check-up, pois fazia muito tempo que não
ia ao Ginicologista!!! O PH também marcou consulta com o urologista pra ver
que se com ele tava tudo em ordem. Após exames no começo de novembro, ambos
estavam liberados para "treinar", eu com a minha mania de controle já fui
procurar algo que me ajudasse nisso, fui acompanhando o meu ciclo com a
temperatura basal. E no primeiro mês de tentativas, estava lá as duas
listrinhas famosas, porém essa gestação durou exatas 5 semanas e me deixou
frustada, pois não entendia o que tinha dado de errado!!! Entrei em contato
no começo de janeiro, pois havia perdido em pleno 25 de dezembro, com a
BB, ela me perguntou como tinha sido e pediu pra saber o que tinha dado
no ultrassom, eu disse que tava tudo limpo e ela então nos recomendou
esperar um ciclo sem tentativas, para voltarmos. Nossa, como esses dias
foram arrastados, não suportava ver mulheres grávidas, pois eu não podia
recuperar o meu tempo perdido, precisava esperar!!! Nunca comemorei tanto
uma menstruação na vida, quando veio, tomei água inglesa pra limpar meu
útero(bom, dizem que é bom para engravidar!!) e fomos de novo pra "lida".
Seguia o gráfico no site de temperatura basal pra saber quando seria o meu
período fértil, mas até nisso demorou, minha temperatura ficou um bom tempo
estável, quando de repente subiu vertiginosamente, e comecei a ficar
eufórica, mas como já havia me frustrado antes, não quis fazer teste de
farmárcia, fui direto pro BHCG com dois dias de atraso. E deu novamente,
GRÁVIDA!! PH ficou besta com a facilidade que tínhamos em engravidar, disse
que com essa sorte ele deveria era ter jogado na Mega-sena!!! Com o
resultado positivo, resolvemos guardar a novidade até completar 12 semanas,
para não gerar ansiedade.
No começo da 7ª semana o enjoo chegou, não comia nada com medo de vomitar,
somente frutinhas, yogurte, Kibe frito do Habibb's com bastante limão e
comida japonesa. Tive durante essas 12 semanas, 2 vezes candidíase e uma
infecção urinária, da qual tomei bronca da médica, pois não poderia ter mais
infecção, pois causa parto prematuro.
Com 13 semanas fizemos o TN e gravamos o ultrassom, era a semana do nosso
aniversário de casamento e fizemos uma festa de "casamento" pra contar a
todos da família que estávamos grávidos. Já sabíamos que era um menino e o
nome que também daríamos, pois quando tive a candidíase fiquei assustada,
havia saído um pouco de sangue, e na mesma hora abri a bíblia e saiu a
seguinte palavra: "O anjo lhe disse não tenhas medo, Zacarias, porque o
Senhor ouviu o seu pedido. Isabel, tua esposa, vai te dar um filho, e tu
porás o nome de João." Depois disso estava decidido seria João
Gabriel(Gabriel porque o anjo que dava a notícia era o anjo Gabriel!!), além
da grande coincidência de minhas duas avós e o avô paterno do Paulo terem
nascido no dia 24 de Junho de 1927, dia de São João . O anúncio foi feito
com uma montagem do vídeo do casamento com o ultrassom e foi o maior
chororô, eu que banco de durona, comecei a me emocionar antes de todo mundo
perceber a novidade!!
O enjoo foi embora pela 14ª semana, e a partir deste momento comecei a
curtir com mais leveza a gravidez, a fase difícil havia passado, afinal!!
Quando entrei na 24ª semana, senti uma dor nas costas que irradiava pra
virília e seguia para o meio da coxa, não conseguia por o pé no chão, no dia
seguinte ligo pra BB, e ela que estava saindo, exatamente naquele
momento de férias, me disse pra entrar em contato com a dra. Débora, que
ficaria em seu lugar nesta semana, ou ir a um PS pra ver o que poderia ser.
Como já disse anteriormente, adoro bancar a durona e não incomodar ninguém,
então fui pro PS do Hospital São Camilo, o médico nem me examinou e diz que
por não fazer nenhum exercício(não queria correr riscos de perder o meu
bebê!!) estava com uma lombalgia. Fui pra casa com uma receita de remédio
para a dor. No dia seguinte, fui atrás de algum lugar pra fazer
hidroginástica, mas a dor ficou insuportável e a minha perna esquerda inchou
horrores. Entrei em contato com uma amiga fisioterapeuta que me passou
exercícios para ajudar com a lombalgia, mas ela ainda sim ficou um pouco
ressabiada com o inchaço. Passei dias com dores horríveis, tomando
analgésico só quando não aguentava mais, depois de 5 dias dei um basta e
virei pro meu pai, estava na casa dele, e falei "me leva AGORA pro São
Luiz". Chegando lá, nem andar mais conseguia, tive que usar cadeira de
rodas, a médica de plantão diagnosticou, depois de um dopler TVP (Trombose
Venosa Profunda) um puta baque em todos. Tive que ser internada na mesma
hora e sem prazo pra sair. Depois de 1 semana internada e sendo medicada com
anti-coagulante(que aliás impactou bastante, pois os valores gastos nesses
medicamentos por mês passavam de R$2000,00) e usando meias de compressão,
fui para casa, sem poder sair da cama, dependendo dos outros, somente para
tomar banho e para as necessidades.
Após um mês pude voltar a minha vida normal, mas com isso a gravidez já
estava adiantada, com 30 semanas, e não tinha decidido nada sobre o parto,
só sabia que o meu plano de ter um PD tinham ido por água a baixo. Falando
com a Fê, ela me perguntou se tinha doula, eu disse que não, e ela me
indicou a Kátia Barga. Entrei em contato com a Kátia, mas ela me disse que
só pegava doulandas que fosse alunas de yoga dela. Como queria e precisava
fazer exercício, disse que não haveria problema pra mim, pois estava
interessada mesmo em fazer algo.
Comecei a Yoga e a me voltar a para o parto. Já que não poderia ser em casa
decidi pelo São Luiz, no qual fui muito bem atendida. Tive que me cuidar na
parte alimentar, pois não poderia engordar muito, por conta da trombose para
não aumentar o peso sobre a veia cava. Fui atrás de um Epi-NO para evitar
laceração, pois havia a possibilidade de hemorragia, pelo uso do
anti-coagulante. Fiz dois cursos para preparação do parto e da chegada do
bebê. Enfim, estava 100% voltada para a bendita hora P.
Da 30 as 38 semanas, sofri pressões familiares(minha mãe) com medo de um
parto prematuro, que acabou no fim, "ajudando" a segurar o menino por 41
semanas e 4 dias. Quando passei de 40 semanas, a pressão de quando é que vai
nascer começou (é pessoal, eu não menti a data da DPP, besteira minha!!),
minha mãe me enchendo falando que eu tinha errado as contas(porque afinal eu
tinha nascido com exatas 40 semanas e que nenhum bebê atrasa, mas sim é a
mãe que não tem idéia de quando engravidou. Mesmo explicando que eu sabia
exatamente quando tinha sido a minha última menstruação e meu ciclo sendo
regulado de 28 em 28 dias, ela não acreditava em mim!!), amigos e familiares
querendo uma data pra saber quando nascia, meu pai querendo que eu
resolvesse problemas da obra dele antes que o João nascesse, fui ficando
super ansiosa que o PH decidiu que não atenderia mais telefonemas, pros
familiares dizia que eu estava dormindo, ou no banheiro ou mesmo a gente não
atendia. Saíamos de casa sem rumo pra aliviar a tensão, mas mesmo assim, o
fato de não ter nenhum sinal de tampão ou contração, começou a me deixar
estressada. Comecei a tomar chá de gengibre com canela pra ver se ajudava,
estava com medo de precisar induzir...
Na consulta de 41 semanas a BB falou pra gente transar (claro, que
obedecemos!!) que ajudaria e muito, mais que o chá de gengibre e na mesma
consulta uma boa notícia, ela fez um toque e já estava com 1,5cm de
dilatação. Fiquei eufórica, pois era pelo menos um sinal.
Quando ia dar 41 semanas e 3 dias, dia 14 de novembro, por volta das 8:30hs,
estava meio que acordando quando de repente sinto um líquido saindo, dei um
giro super ninja na cama com o meu barrigão, e aí veio a cachoeira, grito
pro PH "estourou a bolsa!!!". Ele meio atordoado demorou um tempo pra
entender o que havia acontecido. Ligamos pra BBe pra Kátia para
informar o que tinha acontecido e ambas disseram "tenta relaxar e descansar,
pois pode demorar!!". Foi o que tentamos fazer, botei um absorvente e
continuamos na nossa rotina. A BBligava de hora em hora pra monitorar,
mas nada além da bolsa rota tínhamos de novidade, ela nos disse pra darmos
um passeio, pois andar ajudaria. Sei que fui ficando um pouco apreensiva,
pois a tais contrações não vinham e depois de 12 horas de bolsa rota fui ao
consultório da BB. Lá ela fez um outro toque e, acredito que também um
descolamento de membranas, estava com 4 pra 5cm de dilatação, a Betina ligou
pro Cacá pra que ele ficasse a postos, sai de lá com um pouco de cólica e
eufórica de ter passado quase metade da dilatação sem dor. Chegando em casa,
fui pro quarto dormir um pouco, fiquei com a música da Isadora Canto na
cabeça(havia ouvido na Yoga...) e quando acordei comecei a sentir as
primeiras contrações, antes de alardear, fiquei marcando pelo relógio e
achei que estavam ritmadas, depois de umas 10 contrações acordei o Paulo e
disse pra marcar. Marcamos por mais de uma hora e estavam vindo de 4 em 4
min. Ligamos pra Kátia e ela chegou por volta de umas 3:30hs da madrugada.
Ficamos nessas contrações, por um bom tempo, quando começou a clarear, as
contrações foram se espaçando um pouco e a Kátia achou melhor ir pra bola.
Melhorou um pouco, mas como estava cansada eu queria mesmo era ficar
deitada. O Paulo fez café pra nós, e continuamos medindo. Depois disso, a
Kátia achou melhor eu começar a andar pra ver se ajudava a acelerar e a
ritmar de novo. Percebemos que diminuía os intervalos, mas eu estava com
medo de forçar a minha perna da trombose. Porém toda vez que tentava poupar
a perna o ritmo diminuía. Tomei a decisão do foda-se a perna, meu filho
precisa disso pra nascer e finalmente nesta hora fui de encontro com o meu
parto.
Lá pelas 10:30hs, fui eu e o PH andarmos pelo corredor no hall,
tomando chá de canela, chupando a própria canela em pau, quando a Kátia
sugeriu fazer a posição de parto e aí a coisa engrenou de vez. Almocei um
sanduiche natural nos intervalos das contrações, com muito custo, pois já
estavam ficando bem complicado conversar. Só sei que num dado momento a
BB conversou com a Kátia e decidimos irmos pro São Luiz da Anália
Franco, pois o do Itaim estava com as Delivery ocupadas. Antes de ir, quis
ir no banheiro e ali acho que entrei na partolândia, vieram umas 3
contrações bem doloridas e eu simplesmente não conseguia colocar a roupa,
fiquei desesperada, pois achava que não ia consegui sair do lugar ou ir sem
calça pro hospital, acho que a Kátia veio e me ajudou e fomos pro elevador,
quando estava pra chegar no estacionamento, outra contração forte, parei
encostada na parede e fiquei chorando ali, a Kátia veio me consolar, mas
além de sentir dor estava também emocionada, disse pra ela que estava feliz
que o meu filho ia nascer num dia lindo e ensolarado!!! Não tinha saído de
casa até o momento, não fazia idéia de como estava o dia fora do meu
apartamento, mas o céu estava tão azul e o dia parecia ideal pra chegada
dele!!
Na hora que entrei no carro fiquei um pouco enjoada e o PH colocou junto
comigo os nossos travesseiros, e eu só pensava que não podia passar mal em
cima dos travesseiros. Por volta das 13:30hs saímos de casa, sei que fui
gritando do Imirim até Anália Franco, segundo o PH eu ficava gritando "ai
meu cú", sei que dormi em alguns intervalos e achava que nunca ia chegar!!
Quando cheguei (eram umas 14:00hs) na porta, tava lá a BBe eu pensando
graças a Deus!!! Fomos para a sala de triagem(eu acho?!) e ela fez um toque
em mim e disse que estava com 7cm, depois do toque corri pro banheiro da
sala, queria fazer numero 2, ainda perguntei se podia entrar no
chuveiro(??!!), tava doida de tudo!! A BB me convenceu a irmos pra
Delivery para aí sim entrar no chuveiro!! O PH tava estacionando o carro e
assinando os papéis e a Kátia se perdeu no meio do caminho!!
Cheguei lá no delivery e queria porque queria entrar no chuveiro, não tinha
concentração suficiente pra achar onde ligava o chuveiro, a Betina veio e
ligou pra mim e me disse "é assim mesmo, faça o que tiver vontade, deixe o
instinto falar", com isso tudo o que me amarrava e eu tentava controlar se
foi!!
Entrei na banheira e fiquei de joelhos dobrada gritando(com toda a minha
força!!) a cada contração, quando o PH chegou eu tive uma ideia "brilhante"
bater a minha cabeça na banheira pra mudar o foco da dor, ele se assustou na
hora e veio me dar a mão pra eu não fazer mais aquilo, dei uma puta mordida
e a Kátia(que conseguiu chegar no Hospital!) disse até que tinha que tirar
uma foto pra que eu me lembrasse(Kátia, disso eu me lembro, heheheh). Sei
que quanto mais o tempo passava, mais doía e mais eu gritava e menos eu
controlava. Teve uma hora que eu não aguentei e soltei um pum e o pior é que
eu toda certinha virei pro PH e pra Kátia "Desculpa gente, mais eu tava com
uma vontade louca de peidar", claro que os dois caíram na gargalhada. Depois
a cada contração eu sentia que estava fazendo cocô, ainda meio envergonhada
falava "Paulo, acho que eu fiz cocô", sei que foi a maior pescaria de cocô
com copinho plástico!! Cada vez um vinha me dar água e eu só preocupada se
era o copinho do cocô que eles estavam me dando!!! Sei que perdi totalmente
o controle, eram cocôs, peidos e gritos descontrolados!!!
Alguém sugeriu que o Paulo entrasse na banheira e ficasse atrás de mim e aí
algo inusitado aconteceu. Ao invés de gritar eu fiquei meio que cantando
"Ai",
 durante as contrações, algo que sinceramente não pensaria que pudesse
acontecer. Foi surreal, vendo os vídeos parece que eu tava super drogada de
heroína...
Sei que houveram mais uns 2 toques, mas não sei precisar em que momento, sei
que voltei a ficar de joelhos e gritar. Perguntei em vários momentos se
faltava muito e as respostas eram evasivas(queria matar um cada vez que não
respondiam as minhas perguntas!!), não tinha como controlar, não dava pra
dizer que demoraria mais 10 ou 20 contrações, sabia que estava na fase mais
difícil, sabia que não era tão longa, mas eu queria era chegar logo ao
expulsivo.

Quando finalmente eu consegui respirar ao invés de gritar, como todos me
pediam, sabia que o expulsivo havia chegado. Eu o já sentia bem próximo,
tanto que fiz um toque em mim mesma(coisa que antes nem pensaria!!) e senti
a cabecinha dele a mais ou menos 1 cm. A BB falou que se eu quisesse
podia fazer força durante as contrações ou deixar acontecer. Decidi por ser
mais ativa e comecei a fazer força, mas eu não conseguia direcionar direito
a força, eu não conseguia fazer pelo tempo todo da contração. Fomos tentando
várias posições, até que ela pediu pra que eu caminhasse. Eu não queria nem
sair do lugar, mas fui convencida, depois de dar dois passos dentro da
banheira, parece que houve um encaixe melhor, e eu comecei finalmente sentir
que ele ia nascer, pois tava ficando difícil que achei que ia precisar de
fóceps. Pediram pra eu sentar na cadeira de cócoras dentro da banheira, eu
estava um pouco relutante, mas sentei. E comecei a fazer força, não tenho
idéia de quantas contrações foram até a saída da cabeça dele, mas sei que
quando saiu a cabeça foi quando sai da partolândia, sabia que era questão de
segundos até te-lo em meus braços, quando finalmente, veio a contração que
saiu o corpinho.
 A Betina o retirou e levantou e eu, por puro instinto,
agarrei no corpo do meu filho, porém ele tinha duas circulares pelo corpo e
quando finalmente ele estava livre eu o abracei e disse "meu bebê!!" , As
18:04hs do dia 15 de novembro finalmente ele estava enfim no meu colo. Ele
era maior do que eu pensava que seria, nasceu com 3,680Kg e 50cm e seu apgar
foi 10/10. Chorou a plenos pulmões por um bom tempo, o Cacá o limpou e eu
tentei dar de mamá, mas ele não quis. O Paulo ficou com ele dentro da
banheira pra acalma-lo e eu fiquei esperando a placenta sair, porém depois
de o PH cortar o cordão a BB deu uma ajudinha e a placenta saiu. Quando
vi a placenta fiquei meio mole, minha pressão caiu, ninguém me deixou
levantar, fui carregada até a maca e mediram a minha pressão que estava 5
por 8 e estava tarquicática.

 Tomei ocitocina na veia. Assim que melhorei um
pouco a Betina foi vê a minha laceração, que foi de 3º grau, foi chatinho na
hora ter que tomar pontos e anestesia, mas depois não senti mais nenhum
incomodo. Com a minha pressão baixa e uma perda de sangue considerável(ainda
bem que não precisei de transfusão, mas foi colocado em pauta!!) tive que
passar a noite na UTI, como era por precaução as enfermeiras me levavam o
João de 3 em 3 horas pra amamentar. No dia seguinte na hora do almoço fui
para o quarto e lá ficamos eu, PH e o João juntos até termos alta dois dias
depois. Não sai no dia seguinte, pois tinha ainda os cuidados em relação a
TVP.


Se perguntam se foi como eu queria, respondo com todo orgulho que sim, mesmo
tendo a TVP, a laceração e ter passado uma noite na UTI, pois sabia de todos
os riscos que corria, mas consegui ter o melhor parto que podia ter tido
naquele momento, todo mundo se dedicou ao máximo e isso sim é o que deve ser
valorizado. Não me canso de ver o vídeo da hora do nascimento, foi tão
emocionante, surreal e único, que nada e nenhum imprevisto me tira a
felicidade de ter sido protagonista no parto.
A equipe foi perfeita, a BB me deu um suporte emocional incrível, a
Kátia me passou tranquilidade(além das massagens aliviantes!) e o Cacá está
ainda sendo um apoio neste mundo novo da maternidade!! Agradeço a todos eles
que fizeram o melhor que puderam!!!
O Paulo já era um marido maravilhoso, mas como pai de família é mais do que
perfeito, me ajudou nesta empreitada de forma perfeita, ficou ao meu lado o
tempo todo, como eu queria. Agradeço por Deus tê-lo colocado na minha
vida!!!
E agradeço também ao meu filho, que está me colocando nos eixos, me deixando
menos auto sufuciente, enxergando os meus medos, tirando totalmente as
rédeas das minhas mãos, além de menos ciumenta, coisa que não seria possível
antes da vinda dele.
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